Margarida Monteiro, esteve presente no XV Encontro Nacional da Pastoral da Penitenciária em Fátima, com a presença do Bispo auxiliar de Lisboa, D. Joaquim Mendes e o Diretor Geral dos Estabelecimentos Prisionais, Dr. Rómulo Mateus.
Foi neste final de semana, dia 7 e 8, que se realizou em Fátima, o XV Encontro Nacional da Pastoral da Penitenciária, sob o tema Prisões e “Janelas com Horizonte”, uma temática na linha do pensamento e da ação do Papa Francisco, relacionado com as pessoas em situação de privação de liberdade. No encontro esteve presente, o Bispo auxiliar de Lisboa e membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, D. Joaquim Mendes, o Padre João Gonçalves, Coordenador Nacional da Pastoral Penitenciaria da igreja Católica de Portugal e o Diretor Geral dos Serviços Prisionais, Dr. Rómulo Mateus.
Na sua primeira intervenção, Margarida afirma “que um sinal claro da saúde de uma sociedade, é pela forma como trata os seus reclusos e os seus idosos”.
Já na segunda intervenção e agora como representante de um grupo de trabalho, Margarida aproveita a ocasião para transmitir as suas convicções, “Ninguém pode descer mais baixo que o desespero nem voar mais alto que a esperança. Nenhum recluso deve continuar a ser tratado como um criminoso, pois o homem que chega no primeiro dia, já não é o mesmo a cada dia que passa. Cabe-nos a nós, enquanto sociedade, fazer acreditar estes homens e estas mulheres, que está ao seu alcance mudar a sua vida.“
Neste encontro, Dr. Rómulo Mateus, partilhou diversas preocupações como com os reclusos inimputáveis, que são “duplamente penalizados e muitas vezes esquecidos”, mas realçou que “o paradigma está a mudar” e pretende “defender que estas pessoas, uma vez estabilizadas, são entregues em instituições de saúde civil”. Rómulo Mateus referiu também que os idosos nas prisões são uma preocupação, Portugal tem a “quarta população mais envelhecida da Europa”, e é preciso “alertar a comunidade para um problema que está a transitar para dentro do sistema prisional”, e no contexto dos jovens alertou também que o “sistema prisional desatualiza as pessoas e torna-as excluída do mundo digital”.
“Não queremos que as prisões tenham portas giratórias”.
Referindo-se ao tráfico de telemóveis nas prisões, Rómulo Mateus assinalou a importância de “facilitar o acesso aos contactos telefónicos” os reclusos para falarem “com a família” e destacou, que em alguns países, “fez cair o tráfico de telemóveis, a tensão entre guardas e reclusos, e a taxa de suicídio”.
Salientamos ainda 3 propostas que saíram dos trabalhos, com os grupos de voluntariado:
Apostar na formação em gestão emocional para os voluntários.
Aproveitar a visita do Papa Francisco a Portugal, nas Jornadas da Juventude em 2022 e pedir uma amnistia para os jovens reclusos;
Reduzir o tempo de prisão, indo ao encontro do já praticado na comunidade europeia;